Mercado imobiliário pós-pandemia: guia para captar clientes e aprender com as lições da crise
27 de julho de 2021Escrito por Luisa Christoffel
Desde 1995, quando a internet virou tendência no Brasil, todas as esferas da sociedade vêm sendo afetadas. O digital mudou a nossa forma de comprar, trabalhar e se relacionar. Para o consumidor, esse processo trouxe mais autonomia e espaço de expressão. Para as empresas, isso abriu novas oportunidades de negócios, ao mesmo tempo que criou outros desafios para garantir uma experiência positiva aos clientes.
Com uma grande parcela da população conectada, a transição do físico para o digital virou questão de sustentabilidade para a maioria das empresas, inclusive do mercado imobiliário. Por isso, é crucial que as empresas, de todos os setores e tamanhos, se adaptem e evoluam para aderirem a digitalização.
Afinal, o que significa o mercado imobiliário digitalizado?
No mercado imobiliário, a entrada para a digitalização foi mais tardia. Mas a pandemia da Covid-19 acelerou esse processo. Fazer parte do digital não é tão simples, como ter um website ou uma página nas redes sociais. É repensar todos os processos da imobiliária. Por exemplo, o atendimento ao cliente, os serviços prestados, a gestão de leads e de novos negócios.
Isso significa que esse segmento ainda precisar consolidar a transformação digital e se adaptar às novas tendências e demandas. Segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 70% dos entrevistados pretendem continuar comprando online depois da pandemia.
Neste cenário, não há mais a necessidade de um grande espaço físico. Agora os clientes podem visitar os imóveis no conforto de casa, através das tecnologias do tour virtual e das fotos 360°. Outra grande mudança é o aumento da competitividade. Enquanto antigamente a indicação valia muito para as imobiliárias, hoje são as estratégias de marketing digital que conquistam uma posição atraente no mercado.
Esses primeiros passos, o mercado imobiliário já está praticando. O que muitas empresas ainda não entenderam é a origem de novas etapas na jornada de compra de um imóvel. Uma delas é a gestão de leads que antecede a gestão da carteira de clientes.
Ou seja, a modernização da marca mostra ao consumidor a preocupação da empresa em estar presente onde o público está. Além de entender as novas dores e necessidades do seu cliente e mostrar aos concorrentes a relevância do seu empreendimento. Isso tudo é reflexo da digitalização do mercado imobiliário, assim como a renovação da corretagem.
Como a profissão do corretor foi afetada?
Não foi só a trajetória de compra, venda ou aluguel de um imóvel que se digitalizou, mas também o papel do corretor. A corretagem surgiu como uma forma de unir duas pontas: quem tinha oferta com quem tinha demanda. Nas imobiliárias, eram os corretores que mantinham contato com os clientes enquanto a estrutura necessária para fechar um negócio ficava por conta da companhia.
Sem recursos de pesquisas e poder de negociação, antes da popularização da internet, os inquilinos eram compelidos a se adequar às condições impostas dos proprietários e também dos corretores. Por isso, de forma direta, essa profissão afetava e regulava o mercado imobiliário.
Porém, isso mudou com o surgimento do mundo digital. Agora quem tem oferta e quem tem demanda pode se conectar por meio de portais, redes sociais e mecanismos de buscas. O anúncio imobiliário de placas, jornais e classificados estão a alguns cliques de distância dos consumidores.
Com a oferta acessível a todos, o corretor não é mais o único meio de acesso aos imóveis. Mas isso não significa que a corretagem está caminhando para o seu fim. Por lei, uma transação imobiliária só pode ser realizada por imobiliárias e corretores registrados nos sistemas do COFECI e do CRECI, os conselhos federal e regional de corretores de imóveis, respectivamente.
Além disso, comprar e vender um imóvel é uma grande decisão, na qual o corretor pode dar mais segurança ao proprietário e inquilino. As funções de sugerir opções mais assertivas de acordo com o cliente e avaliar os principais aspectos da propriedade continuam fazendo parte da responsabilidade do profissional. Como também auxiliar na documentação para as transações imobiliárias, elaborar estratégias de comercialização, pesquisar o mercado e assessorar os clientes após a compra ou locação do imóvel.
Benefícios da digitalização para as imobiliárias
Segundo uma pesquisa realizada pela We Are Social e a Hootsuite, o total de internautas no Brasil chegou a 75% da população, em janeiro de 2021. Isso abre um leque de oportunidades para as imobiliárias atingirem um público maior. Outros benefícios surgem da transformação digital, como:
- Otimização de tempo. Quanto menor o tempo para fechar um negócio, maior o número de clientes que podem ser atendidos durante o dia.
- Quebra de barreiras territoriais. Sem a necessidade de sair de casa para pesquisar imóveis, as imobiliárias podem alcançar clientes de outras praças.
- Redução de burocracia. A assinatura digital, por exemplo, otimiza tempo e evita o desperdício de papel e energia. Além de dispensar a necessidade de deslocamento do cliente até a imobiliária.
- Organização e acesso dos dados. Histórico dos clientes, acompanhamento do desempenho do time comercial e análise da carteira de cada corretor, por exemplo, podem ser armazenados em um mesmo local. Dessa forma, os dados ficam disponíveis 24 horas e 7 dias por semana para visualização e atualização.
- Maior número de leads. As imobiliárias têm a oportunidade de possuir uma base com potenciais clientes e convencê-los, a partir de estratégias de marketing e atendimento, que a sua empresa é capaz de entregar a solução que eles procuram.
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